quinta-feira, 2 de julho de 2009

Um barco sem fundo num oceano sem mar...

Beto me lembra o Cefet, e a vontade que eu tinha em estudar lá, me lembra os meus 15, 16 anos, o Idearium, a Dix: os bons tempos! Aí depois fomos para a mesma faculdade e criamos a Clássico Blú, e depois entramos na Pracatum. Muitas lembranças. Muita música né. Beto “de Amaral Pereira” Gois, “você contribói para o meu viver”. kkk. - Amanhã é o seu aniversário né? Milk shake de chocolate, gravador ligado, depois de muuuita conversa:

Iara - Você tem alguma dor gostosa?
Beto – Bom, se for uma dor física eu não tenho não, mas eu tenho umas dores... Eu não sei qual é a explicação pra isso, mas eu gosto... de sofrer. Eu gosto de sofrer. Gosto de filmes de terror e eu faço questão de ir ao cinema pra sofrer horrores, pra me assustar muito, me cagar de medo, entendeu? E eu costumo me apaixonar pelas mulheres que me fazem sentir medo, que possuam um olhar assustador, e eu também gosto de músicas e filmes que sejam reflexivos, com histórias tristes. Eu gosto de sofrer essa dor, acho que isso força a minha sensibilidade, e eu sinto prazer nisso.

Iara – Você faz alguém feliz?
Beto - (...) Essa é uma pergunta assim, como é que eu posso dizer... que vai explorar toda a minha... Como alguém me disse recentemente que eu sou “levemente convencido”, é uma pergunta que vai explorar todo o meu convencimento, né. Ok... Eu acho que faço muitas pessoas felizes!

Iara – Risos.
Beto – Bastante.

Iara – Ok, pergunta política agora, já que você é das comunicações e da história: Obama é o cara, ou seria o Lula?
Beto - Reformule sua pergunta, por favor. Obama tem 5 dedos nas duas mãos.

Iara – Risos. É o Obama que é o cara, ou é o Lula?
Beto – Ahhh! Bom, ambos são homens, do sexo masculino... E acho que por causa disso eles são os caras... Mas Obama é mais um político como todos os outros, assim como Lula é mais um político como todos os outros. Cada um tem a sua particularidade, pró-mudanças, uma expectativa de mudanças políticas né. Quer dizer, mas representatividade do que mudança mesmo. Eles representam a mudança, mas não que eles tragam a mudança em si. Por exemplo, Obama é preto, mas não faz parte da campanha dele ações afirmativas, e Lula vem de um movimento sindical e tudo mais, e eu não posso dizer que o movimento sindical... Olhe, o que eu posso dizer é que houve certas mudanças para a população trabalhadora com a entrada do PT... Mas ao mesmo tempo os sindicatos hoje estão mais quietos... É mais ou menos assim: se você luta por melhorias no trabalho, é sindicalizado, fica complicado reclamar quando o seu amigo está lá no poder, é meio complicado você reclamar com o seu broder, entendeu? Então, tem acontecido isso atualmente. Tá difícil alguém reclamar com o broder e o broder já sabe como é que conversa contigo pra deixar você mais calmo. Então é isso. Eu acho que os dois são políticos, apenas políticos, nenhum dos dois é herói ou mártir.

Iara – Verdade... Vou fazer uma pergunta contextualizada: como é ser Vital com seu sonho de metal?
Beto – Vital e sua moto? É fantástico. O negócio é o seguinte: ter uma moto fazia parte das dez coisas que eu gostaria de realizar na minha vida. Foi uma realização da porra! Foi ótimo, foi lindo. Andar de moto é uma delícia, como você comprovou há alguns minutos atrás. Mas aí eu caí, e morri de medo. Quando voltei a andar de moto fiquei com medinho, quem tem cú tem medo, e eu fiquei com medo de morrer, de ficar paraplégico, de me quebrar. Aí surgiram muitas propostas pr’eu abandonar a moto e comprar um carro, e eu topei. Então essa minha vida sob duas rodas está com os dias contados. Entretanto eu penso em daqui a alguns anos comprar outra moto, mais potente e continuar com o meu sonho de metal que é bom demais.

Iara – Agora nem é um pergunta “de veras”, é tipo o que a Xuxa fazia, pra responder rápido, sabe?
Beto – Ah, tipo bate e volta né? Iara, eu sou péssimo nisso.

Iara – Ó, uma música, aleatória, de cada músico/grupo que vou te dizer agora: Beatles, Nirvana, Madonna e Michael Jackson.
Beto – Billie Jean. Nirvana? Putz.. Acho que Lithium. E... Beatles é foda, eu gosto de Eleanor Rigby, é a que eu mais gosto. E qual era a outra? Ah, Madonna. Eu gosto de Like a Prayer.

Iara – Ok. Você acredita em Deus?
Beto – Eu não tenho um conceito pra Deus, eu acho que Deus é divino e eu sei lá qual é o conceito divino de Deus, eu só posso ter minhas opiniões humanas. Então eu não sei como é Deus, não sei como Ele trabalha, qual é o objetivo Dele, mas acredito que Ele exista.

Iara – É, acho que a maioria das pessoas acredita em Deus desse jeito.
Beto – Não, a maioria das pessoas vê um Deus judaico-cristão. Eu conheço pessoas que não deixam o namorado por que acham que vão sofrer retaliação, e isso é uma culpa cristã. Mas eu não acho que as coisas acontecem aqui na Terra porque Deus quis assim. Eu acho que as coisas acontecem porque acontecem, e é isso aí. É o jogo da vida. O cara que nasce surdo, nasceu surdo porque nasceu surdo. Se Deus fosse explicar tudo o que acontece com todo mundo e com todas as coisas, seria um negócio muito complexo, não faria sentido, as coisas são simplesmente assim porque acontecem assim. O Deus que a gente costuma acreditar é um Deus que interfere na vida da gente, e eu não sei se é isso. Acho que não é esse o objetivo Dele.

Iara – Uma atividade cotidiana boa.
Beto – Não é que seja a melhor coisa da minha vida, e não é que eu esteja desmerecendo o restante das coisas que eu costumo fazer, mas algo que se repete todos os dias e que pra mim é muito bom, muito agradável, e me impulsiona a sair de casa, é saber que verei Gabriela, Vanessa e Taís na Uneb, porque elas são pessoas muito agradáveis e eu gosto muito delas.

Iara – Ohhh, que lindo! Que romântico. Espero que elas comentem no blog depois. Risos.
Beto – Risos.

Iara – Agora lavando roupa suja: Por que a Clássico Blú acabou?
Beto – Porque Carlinhos se interessou por outras coisas. Risos.

Iara – É, e ponto final né. Risos. Minhas bandas nunca vão pra frente, será que é Deus? Risos.
Beto – Acontece. Risos.

(Depois de muito blá blá blá, e papos “in off”...)

Beto – Iara, você não vai pro céus de forma alguma! Risos. É aquilo, tipo, “você não vale nada, mas eu gosto de você”.

Iara – Ok Betinho. Poxa... Deixa eu ver: Uma viagem.
Beto – Oriente. Á pé, muito tempo. Bastante meditação, mas sem abandonar o sexo.

Iara – É importante né. Risos. Um hit.
Beto – Poxa, isso varia tanto, acho melhor não dizer. Tá bom... sei lá, Billie Jean.

Iara – A vida é:
Beto – Um barco sem fundo num oceano sem mar.

Iara – Essa frase é sua?
Beto – Não, eu li uma vez, mas não foi em nenhuma leitura intelectual. Foi num livro de piadas, eu acho.

Iara – Ah, ok Beto. Risos. Ah, e parabéns adiantado. ;)